10 de março de 2016

Biografia do Sanfoneiro Artur Dias de Santana


        Artur Dias de Santana (Artur Dias) nasceu em 01 de setembro de 1904, era natural de São Pedro- Piauí, filho de João Dias Fonseca e Etelvina Maria da Conceição. Em 1917, quando Artur contava com 13 anos faleceu repentinamente seu pai João Dias, o que o levou a trabalhar na roça, junto com sua mãe e seus 14 irmãos para garantir o sustento da família.
         Na década de 1920, Casou-se com Antônia Silva Oliveira (Mulatinha) com quem teve 08 filhos: Josefa, Marlene, Hilda, Alaíde, Ceci, Dedice, Joaquim, Alonso, teve ainda Eliseu, este fruto de um relacionamento com a sra. Joana Silva. Carismático, Artur Dias conquistava, grande legião de amigos, fascinados pela sua habilidade de tocar sanfona, em Quincuncá, localidade circunvizinha, onde residia seu irmão "Zé Dias" as principais amizades era Herculano Pereira; Dona Leocarda; João da Costa; Leonardo Pereira; Lindalva Rodrigues, Seu Artuzão, Luíz de Vigário, dentre outros.
       

      Grande sanfoneiro e seresteiro, tocava não só como meio de vida, mas porque apreciava aquele instrumento, não se sabe se foi por influência de alguém, e em que década começou a tocar, seus filhos(a) afirmam que desde cedo Artur já fazia apresentações, indo até para outros estados.
      Foi por meio do seu talento que Artur alegrou muitas noites, era frequentemente convidado a tocar em festas de aniversário, casamento, salões de dança, por meio deste trabalho "ganhava seu pão", não se dispensava as vezes que ele tocava entre amigos, apenas como divertimento.
      Além disso, era proprietário de terras, gado, um engenho de pau, desativado em 1963, que era movido por animais, do qual ele era mestre de preparo do mel da rapadura, onde produzia-se: alfenim, rapadura e levava à Farias Brito ou Crato, no lombo de animais para a venda, era também agricultor.
        Na década de 1950, época do demolimento da antiga capelinha de São José em Quincuncá, e a construção da atual, Artur Dias vinha aos finais de semana tocar, enquanto voluntários carregavam tijolos, provenientes de um terreno próximo da Barragem, possibilitando que os mestres continuassem a erguer as paredes e a torre do templo durante a semana.
        Entre os anos de 1961 e 1962, Artur comprou um caminhão, juntamente com seu genro Antônio Costa Dias (Toca), para facilitar a chegada nas festas, anos mais tarde vende-o e adquire um jipe, que vai apresentando defeitos, chegando um momento de que o veículo não funciona, em 1968 decide trocá-lo por uma casa na atual Rua São Cândido em Juazeiro do Norte-CE.


        Residiu a maior parte de sua vida no Sítio Genipapo no município de Assaré-CE, ficava dias ausente devido a viagens para localidades distantes com vista em atender convites para tocar sanfona, em 1975 ficando viúvo, casa-se a 2° vez com Maria Xavier de Santana, com quem passa 21 anos casado, e tem mais 04 filhos: Alexsandra, Samara, Luís Carlos e Etelvina Carlos. Nessa época chegou a residir em Juazeiro do Norte-CE para tratar de problemas de saúde, e  no distrito do Amaro/Assaré-CE onde viveu seus últimos dias.
       Um homem que não gostava de tristeza, antes de falecer fez o pedido a sua esposa de que ninguém chorasse, nem por ele fizesse luto e ainda de que o cortejo fúnebre e sepultamento fosse acompanhado por "Chico Paz", também sanfoneiro. Dias após falece Artur Dias as 17:00h da tarde do dia 12 de novembro de 1996 com 92 anos, mas  como na ocasião de sua morte o seu amigo sanfoneiro estava ausente, combinaram com o sobrinho João, que tinha uma vitrola, de reproduzir uma fita de Artur Dias tocando, e foi desta forma, atendido seu pedido.


Entrevistas:

Antônia Alaíce Dias Oliveira, 74 anos

Ceci Dias Pereira, 82 anos

Maria Xavier de Santana, 64 anos

Cândida Alves Moraes, 82 anos

Fotografias:

Fotografia em 1958 - Demar Dias
Artur Dias em 1984 - Maria Xavier

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