15 de novembro de 2021

Nota de pesar pelo falecimento do Sr. Zé de Sebasto

"Zé de Sebasto" em 2019 - Foto: reprodução Facebook

   Com pesar, venho a público noticiar o falecimento do Sr. "Zé de Sebasto", ocorrido na noite de hoje (15), vítima de infarto do miocárdio. 

   Nascido em 1949, tendo assim 72 anos, como sanfoneiro, Zé de Sebasto, fez parte da juventude de muitos, animando festas na região, ao lado seu amigo, Antônio de Amadeu que tocava pandeiro. 

   Por décadas trabalhou também no transporte de passageiros da Vila Barreiro do Jorge - Serra do Quincuncá a sede do município de Farias Brito-CE.

  Em nome da comunidade Serrana, dirijo a todos os familiares e amigos, sinceros sentimentos pela perca! 

13 de novembro de 2021

Blog de Quincuncá atinge 6.000 seguidores no Facebook e mais de 141 mil visualizações na internet.

   Com entusiasmo, anuncio de que o Blog de Quincuncá superou a marca de 6.000 seguidores no Facebook e mais de 141.000 mil acessos na página do Blogger na internet.

    Quando criei a página em 2015, não imaginava que ela alcançaria tão proporção. Hoje mais de 6.000 mil pessoas nos acompanham, interagindo com os conteúdos aqui postados, e fazendo com que a Serra do Quincuncá seja cada vez mais conhecida e amada.

    Obrigado a cada um de vocês por dar sentindo a esse trabalho. Que venha os 7k e os 150.000 mil acessos.

8 de novembro de 2021

Nota de pesar pelo falecimento de Esso Olegário "Edim de Gerson"

Edim de Gerson - Foto: Merielle Pereira. 

   Comunico o falecimento do Sr. Esso Olegário Neto "Edim de Gerson", ocorrido hoje (08/11) em Barbalha-CE. 

   Nascido na Vila Umari - Serra do Quincuncá, em 1962, tendo assim 59 anos, era filho de Francisco Pereira da Silva "Gerson" (in memoriam) e Dona Terezinha Dino. 

   Edim de Gerson como era conhecido, trabalhava como servidor público na Prefeitura de Farias Brito-CE. 

   Casado com D. Betinha, era pai de quatro filhos: Gerciana, Aureliano, Leandro e Ernandes (in memoriam). 

     À toda família, manifesto em nome da comunidade, condolências pela perca! 

    O velório acontecerá em sua residência em Farias Brito. E o sepultamento será as 17:00h de amanhã (09) no Cemitério Padre Cícero, no Distrito de Quincuncá. 

6 de novembro de 2021

Memória fotográfica: Luiza e Maria Moreira, acompanhada dos filhos - Anos 1970.

Imagem cedida por Zinha Arraes. 





    Imagem capturada na Igreja de São José em Quincuncá, entre finais de 1974 e início de 1975. Nela se apresenta a Sra. Luíza Moreira de Souza (in memoriam), acompanhada de sua irmã, Maria Moreira Arraes (in memoriam) e seus filhos: José, Zinha, Neném e Neide. 

 

2 de novembro de 2021

Intervenções no Cemitério Padre Cícero, Missa e Procissão das almas marcam o dia de finados 2021 em Quincuncá.

Entrada do Cemitério Pe. Cícero. Imagem: Blog de Quincuncá - 02/11/2021

     Tradicionalmente como todos os anos, o dia de finados é uma ocasião que traz muitos fiéis da Serra do Quincuncá (e até mesmo de outras regiões) ao Cemitério Padre Cícero, para prestar suas homenagens aos seus entes queridos sepultados no local. 

    Em 2021, a Missa em memória dos falecidos foi celebrada às 16:00h, pelo Padre Paulo Sérgio, vigário de Farias Brito-CE. Anteriormente foi lida as intenções que totalizaram 1.010. Logo após a celebração, foi realizada a 5ª edição da Procissão das almas, que consiste na caminhada saindo da Igreja de São José ao campo santo, cuja iniciativa partiu de minha pessoa (Guilherme Pereira) em 2017. 

    Este ano, ao contrário dos anteriores (clique aqui para ver o antes), os fiéis que visitaram o campo santo, se admiraram de como o espaço se encontra. É que Prefeitura Municipal de Farias Brito, atendendo solicitação da comunidade (incluindo de minha pessoa) realizou serviços de melhoria no campo santo, como: limpeza, construção de uma rampa de acesso, confecção do letreiro "Cemitério Padre Cícero" e finalmente a ampliação da iluminação. Parabéns a gestão municipal, pelo compromisso e respeito para com nossos entes queridos falecidos! 

Veja outras imagens do Cemitério Padre Cícero, capturadas pelo Blog de Quincuncá-CE (02/11/2021):







Memórias do Cemitério do Quincuncá: O caso dos "tirador de figo"

Papa figo, tirador de figo, homem do saco - Ilustração de Cícero Leonildo de Morais.
Ilustração do "tirador de figo", por Cícero Leonildo de Morais, a quem agradeço pela contribuição. 

     Evidentemente os Cemitérios são fontes de pesquisa histórica, na medida em que a arquitetura tumular ou a ausência dela exprime tanto aspectos culturais quanto econômicos dos que lá jazem. Segundo fontes orais, desde a sua fundação, com a benção do terreno pelo Padre Cícero Romão Batista (1844-1934), o Cemitério de Quincuncá é alvo de muitas narrativas, muitas vezes intrigantes. À começar da escolha do terreno, visto pelos moradores da época como impróprio para tal finalidade pela presença de enormes lajeiros, mas que nunca representaram de fato um problema, a ponto de impedir algum sepultamento, o que muitos consideram um milagre. 

    As histórias que se revestem de um tom misterioso e peculiar não param por aí: relatos de corpos santos, que quando arrancados exalavam um doce perfume, dando a entender uma ideia de santificação; de pessoas enterradas vivas, e de um homem que dançou com um cadáver. Entretanto, a  memória que irei frisar, ao contrário das demais tem maior destaque, por sua ampla difusão entre os moradores. 

    O papa-fígo ou "velho do saco", e ainda "homem do saco" é uma lenda do folclore brasileiro muito difundida em especial nas zonas rurais, com o intuito de evitar que crianças se comunicassem com estranhos. Reza a lenda que seria necessário que os papa-figos comessem o fígado de uma criança, para que ficassem curados da hanseníase (ou lepra), doença que atinge mucosas, nervos periféricos e lesões na pele, tendo em vista que acreditava-se antigamente que era uma doença causada pelo sangue impuro, e como o sangue é filtrado pelo fígado, muitos achavam que o consumo de fígado sadio, sobretudo de crianças por serem consideradas seres mais puros, restabeleceriam sua saúde. 

     A lenda passou contudo, por resignificações, na Serra do Quincuncá, município de Farias Brito-CE, e regiões próximas, esse personagem era chamado de "tirador de figo". E diferente da lenda não tinha como foco somente raptar crianças desobedientes, mas de retirar esse órgão as escondidas de defuntos, logo após o seu sepultamento, dizia-se que para fazer remédios ou pesquisas. 

     Essa lenda com tons de veracidade, não só amedrontava crianças em um passado não muito distante, como também tiravam o sossego dos familiares dos falecidos, que muitas vezes optavam por vigiar o túmulo, a fim de garantir que ele não fosse violado. 

    Entre 1935 a 1948, conforme análise documental, o Cemitério de Quincuncá permaneceu fechado, sem a permissão de novos sepultamentos. Conforme Antonio Fonseca Dias "Tota Fonseca" (101 anos), um dos motivos apontados para isso seria justamente o apogeu dessa prática na localidade, além de uma política estadual de combate a malária que pregava que o sepultamento de corpos que sucumbiram a doença deveria ser realizado em lugares específicos. Na época quando alguém da comunidade ou de vilarejos vizinhos faleciam, seus corpos eram transladados dentro de redes aos campos santos de Santo Amaro (Assaré-CE) e Quixará (Farias Brito-CE). Nesse período, por ser mais cómodo, se habituaram também enterros em uma porção de terras situada no Sítio Açude Velho, há cerca de 1.5km de Quincuncá, local marcado pela existência de um Cruzeiro, memória que adiante será relatada em um artigo exclusivo.

     Por mais que pareça um absurdo ou apenas uma lenda criada para intimidar crianças, muitos idosos "juram de pés juntos", como diz o ditado, da existência desse indivíduo atuando principalmente no Cemitério. Ainda sobre os "tiradores de fígo", é relatado pela oralidade, que esta prática cessou após ameaça de familiares, que ao sepultarem um ente querido, asseguraram que aquele que o infringisse não ficariam sem punição. 

     Cabe destacar que anterior a administração do Prefeito, João Antero da Silva "Silva Antero", entre 1951 a 1955, não existiam muros como nos dias atuais no Cemitério, o local era cercado por varas, que impediam o acesso de porcos que eram criados soltos, bem como de outros animais.

     Em 1948, após 12 anos em inatividade, o Cemitério foi finalmente reativado. Tal ação apesar do contexto que envolviam os tiradores de fígo, como um dos responsáveis, foi de certa forma importante, no sentido de amenizar a situação do campo santo, que certamente já enfrentava nesse período um momento de lotação. Desde então, há 73 anos, o Cemitério Padre Cícero de Quincuncá, continua a receber os corpos dos filhos e amantes dessa terra. 

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Fontes:

Websites consultados:

Toda Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/papa-figo/>. Acesso em 29 de outubro de 2021. 

Site de dicas. Disponível em: <https://www.sitededicas.com.br/folclore-o-mito-do-papa-figo.htm> Acesso em 29 de outubro de 2021;

Ministério da saúde. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/o-que-e-hanseniase> Acesso em 29 de outubro de 2021. 

Fontes orais:

  • Antônio Fonseca Dias (Tota Fonseca);
  • Osmundo Pereira;
  • Raimundo Ferreira (Raimundo Rosa) - Entrevista concedida em 2017; 
  • Cecília Pereira Dias;
  • Vicente Carneiro de Lima (Vicente Cosmo) - Entrevista concedida em 2015.