27 de junho de 2015

Blog de Quincuncá-CE

    Desde a criação do Blog em Abril de 2015, e ao desenvolvimento de pesquisas relacionadas as histórias de Quincuncá, muitas realizações foram alcançadas como fotos marcantes da comunidade, documentos, entrevistas interessantes e uma participação de minha pessoa durante o programa "A sombra do pé de Juá" na FM Padre Cícero 104.9 no dia 26 de junho.




       O blog foi criado para isso:expor a todos os amantes desta terra as histórias, como já disse Marcus Garvey "Um povo sem conhecimento da sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes"
     No mês de maio, criei uma logomarca simples, mas que tem bastante significado, e criamos a fan page no Facebook, para divulgar ainda mais nossas atividades. Contudo ainda temos muito a cumpri, não pensem que faço isso para ser visto por ninguém, mas sim por amor a esta terra, por isso preciso da ajuda de TODOS, principalmente de recursos para restaurar todos as fotos já catalogadas, ainda ressalto que as fotos que forem restaurar terão, nota fiscal ou promissória, comprovando o valor pago e dando assim, transparência ao trabalho. Por isso entre em contato e faça sua colaboração... 
CONTO COM VOCÊ!!!

Entrevistas

26 de junho de 2015

Dona Romeira - Uma vida de sofrimento e aprendizado com o Padre Cícero

Maria Francisca da Conceição (Romeira)
          Maria Francisca da Conceição, mas conhecida como Romeira, nasceu no dia 01 de janeiro de 1899 sendo filha de Francisco Luiz e Antônia Maria de Jesus, sua infância foi muito sofrida, como em geral aos que nasceram na mesma época. Seus pais eram muito pobres, não dispunham de sequer uma moradia, viveu assim até por volta dos 10 anos com os  pais, debaixo da árvore do juá, oiticica ou em barraca de palha.
        Por volta de 1910 aos  11 anos de idade foi morar com as tias que só se conhece os seus apelidos "Beleza e Donata" em Juazeiro do Norte buscando por melhores condições, e a partir de então conheceu o Padre  Cícero Romão Batista, indo ajudar com as tias, que eram alfaiates e produziam as vestes daquele sacerdote, na limpeza do quarto e da batina do referido vigário. Com aquele padre aprendeu muitas coisas, também se impressionou algumas vezes com fatos inusitados que presenciava, ela contava que o Pe. Cícero falava profecias: " os lugar é longe e vai ficar perto, as pessoas vão criar asa e voar, a água vai subir pro céu, a gente vai olhar e ninguém vai saber quem é homem ou mulher, vai aparecer uns besouros pretos ferroando as perna do povo, por estas palavras podemos conceber as mais diversas concepções, ainda falava de que costumava fazer perguntas ao "padim" porém só teve uma que não a respondeu: por que seu chapéu segurava na parede, sem ter prego  ou outro suporte para segurar, contava ainda de que o Pe. Cícero comprava ovo, sendo que estes vinham tudo numa vasilha só que ele retirava alguns daqueles ovos e entregava a Dona Romeira e dizia para ela jogar fora, porque ele não comia ovo de galinha peri.

Carteira de trabalho: Maria F. da Conceição
        Em 1913, 14 anos de idade, saiu deste serviço voluntário, para casar com Joaquim Pereira Barros, desde o matrimônio mudaram-se para o sítio Antas então município de Assaré, hoje pertencente a Tarrafas, e deste casório vieram sete filhos os quais: Vicente, Cristina, Maria, Jacinta, Antero, Nicolau e Antônio, dos quais vivos atualmente só temos seu Antônio Pereira Barros com 87 anos, nascido em 1928 e  residente no distrito de Quincuncá, criaram estes filhos com muitas dificuldades, dependiam do bom inverno para uma boa safra, mas quando era ano de  seca,  era necessário pegar mucunã, um tipo de raiz parecido com mandioca e colocar 09 vezes de molho para fazer  a massa do pão ou do angu, alimentavam-se também com mucunzá e só comiam arroz no período da semana santa, era comum nesta época Dona Romeira ir a pé até Iguatu para comprar farinha para fazer pirão, a roupa das crianças era de tear, tudo era muito difícil.

       Infelizmente na década de 1950, sentiu fortes dores no olho e no ouvido, seu filho Antônio  relatou que procurou atendimento na época, mas o médico falou que não tinha mais o que se fazer, desde então foi perdendo sua visão gradativamente até ficar completamente cega, depois que aposentou-se adorava contar todas as histórias, principalmente aos filhos e netos, a quem se interessasse em ouvir os  ensinamentos do "padim Ciço" o sofrimento de sua infância e visitar seu filho Antônio no distrito de Quincuncá, era mulher batalhadora e de uma memória impressionante, pois aos 103 anos contava estas mesmas histórias com facilidade.
Faleceu no dia 24 de junho de 2002 aos 103 anos de idade, vítima de morte natural e foi sepultada no cemitério público da vila Barreiro do Jorge-Farias Brito-CE.

Acompanhe o vídeo onde a senhora Francisca Alexandre Morais Barros expõe seu relato sobre sua nora Maria Francisca da Conceição (In Memoriam).




Entrevistas:

 Antônio Pereira Barros. 87 anos
Francisca Alexandre Morais Barros, 74 anos.   

20 de junho de 2015

Barragem Enoch Rodrigues - Quincuncá

Barragem Enoch Rodrigues no período das Cheias, em 2015.
    A construção da primeira Barragem de Quincuncá, data do início da década de 1940, e só foi possível por meio da concessão de terras pelos descendentes da família Rodrigues e uma outra parte, doação do Sr. Ladislau Pereira da Silva (1881-1963). 
   Em 1948, a fim de propiciar que o reservatório armazenasse mais água, o governo municipal de Farias Brito, decidiu altear a primitiva parede, porém, numa tentativa de "economizar", optou pela mão de obra mais barata. Acontece que o serviço foi mal executado, de que modo que a parede não suportou e veio à romper, em 13 de maio de 1949, para comoção de toda a Comunidade. 
   Após o período invernoso daquele ano, iniciaram os trabalhos de reconstrução, liderados pelo mestre José Pereira da Silva, conhecido por "Zezinho Salvador", concluídos em 1950, durante a gestão do então prefeito Enoch Rodrigues, razão pelo qual têm esse nome.

Barragem Enoch Rodrigues em Julho/1995

    Antes da implantação da rede de distribuição de água, o local era muito frequentado, especialmente por mulheres, que utilizavam o espaço não só como meio de lazer, mas para lavar roupas e ariar alumínios. Hoje tal cena não é comum, e o que se destaca é a procura como meio de lazer e atividade de pesca. É um local de tamanha beleza, sobretudo no período das cheias, um cartão postal de Quincuncá, que infelizmente ainda enfrenta  problemas relacionados à poluição, privatização de algumas áreas submersas, com o uso de cercas, e ainda aterro, processo este acelerado por conta dos arrados das roças, localizadas em partes de terra que escoam para dentro do reservatório. 


ENTREVISTAS:
*Antonio Fonseca Dias (Tota Fonseca).

9 de junho de 2015

Biografia de João Antero da Silva "Silva Antero" - Por Guilherme Pereira

João Antero da Silva - Foto Acervo Silva Antero, digitalizado pelo BQ. 

     João Antero da Silva ou simplesmente "Silva Antero", nasceu no dia 13 de abril de 1913, no povoado de Araticum, atual Distrito de Quincuncá, então município de Quixará (Farias Brito-CE), sendo filho do comerciante, Anthero Rodrigues da Silva e da dona de casa, Catarina Senavirgem da Conceição.
      Em 1919, quando contava com apenas seis anos, ficou orfão de pai, juntamente com os irmãos: José "Zuza" e Manoel "Nenéu", episódio que mudou drasticamente a infância de ambos, que logo tiveram que substituir as brincadeiras, pelo trabalho árduo na agricultura, uma vez que já não contavam com o amparo materno, pelo falecimento da mãe biológica em 1916.  
       Vivendo a infância e a adolescência em Quincuncá, Silva Antero e seus irmãos foram criados pela madrasta, Maria Santanna de Oliveira, sob a supervisão atenciosa de suas tias, Cotinha e Santana. 
      Com dinamismo, trabalhando inicialmente na agricultura e na casa de farinha de José Dias da Fonseca e Silva (1883-1955), no Sítio Canto Alegre, e ainda em outros serviços onde era solicitado, foi alfabetizado pelo professor, Gregório Pereira de Souza (1847-1929), logo desenvolvendo suas habilidades comerciais, destacando-se como conceituado comerciante local. 
    Com ponto comercial no centro do distrito, comercializando tecidos e produtos de primeira necessidade, negociando e transportando legumes até as feiras de outras cidades, Silva Antero gradativamente viu seu negócio prósperar, construindo um exponencial patrimônio econômico, também como proprietário de grandes porções de terras, com engenhos na Fazenda Belo Horizonte (Serra do Quincuncá), Flor da América (Riachão - Cariús-CE), além de uma propriedade de 400 hectares no Sítio Saco em Barbalha-CE, onde anualmente eram realizadas as moagens, produzindo grande quantidade de rapadura e outros derivados da cana-de-açúcar. 
   Sob sua iniciativa e da indústria de algodão Cariús, constituiu em junho de 1950, as Indústrias Reunidas Quixaraenses, comércio de algodão e arroz com sede em Quixará (Farias Brito-CE), da qual se fez diretor comercial, contribuindo no desenvolvimento comercial no pacato município, e consequentemente ganhando notoriedade a nível local e regional, fato que certamente contribuiu na sua eleição como prefeito em 1950, pelo PSD, e como vice-prefeito em 1958, com Diocles Almeida Brandão. 
     No final dos anos 1930, casou-se em primeira núpcias, com Maria Hilda de Almeida, que faleceu de parto no dia 19 de julho de 1940. Em março de 1955, constrói uma nova união, agora com Antônia Ferreira de Sousa "Dona Toinha", que após o matrimônio adotou o nome de Antônia Antero de Sousa, da qual provenieram sete filhos: José, Catarina (in memoriam), Antero Neto, Maria de Fátima, João, Selma e Jackson (in memoriam), além de Maria José (1944-2001), sua filha primogênita, Antônia, Salete, Francisco "Neném" (in memoriam), Deusimar (in memoriam), Maria de Lurdes, Francisco e Marlene, frutos de outros relacionamentos, inclusive na fase de sua viuvez. 
    Como chefe do poder executivo de 1951 a 1955, pregava a união e a defesa dos interesses coletivos. Fruto de sua gestão, lutou por melhorias em sua terra natal, melhorando o acesso a Serra do Quincuncá, facilitando a acessibilidade e o escoamento da produção, cujo primeiro transporte a subir foi um caminhão misto de sua propriedade em 1954. Edificou ainda os muros do Cemitério local, intermediando a chegada da farmacêutico, Abelardo de Andrade Arraes e de sua família, que houve por proporcionar mais comodidade aos que necessitavam de tal profissional na comunidade. 
     Devotado as causas de caridade, sempre ajudou aos mais carentes. Em uma época onde o serviço de saúde praticamente inexistia, fazia uso de seu veículo para levar doentes ao Hospital São Francisco de Assis em Crato-CE, encarregando-se inclusive do pagamento do tratamento, caso lhe fosse cobrado. 

Entronização da estátua do Pe. Cícero na Serra do Quincuncá, 1975 - Acervo Pe. Wilton Leite. 
      A ideia de edificar um monumento ao Padre Cícero Romão Batista no alto da Serra do Quincuncá, em julho de 1975, também foi de sua autoria. Essa atitude conforme depoimentos, correspondeu a um gesto de agradecimento ao sacerdote, pela sua participação na vida religiosa de Quincuncá, onde abençoou os terrenos que compreendem a Igreja de São José e o Cemitério que hoje leva o seu nome (Cemitério Pe. Cícero). 
    A sua extensa participação na vida política e comercial encerrou quanto do seu falecimento aos 68 anos, na madrugada de 30 de outubro de 1981, deixando seu nome gravado como uma personalidades mais atuantes na história local. 
       

FONTES:

Fontes escritas:

  • Livro de óbitos nº 13 (1918-1928), p. 16 - Paróquia N. Sra das Dores | Assaré-CE - Acervo do DHDPG, Diocese do Crato - Óbito de Anthero Rodrigues; 
  • Livro de óbitos nº 03 - Paróquia de Quixará (Farias Brito), p, 28, nº 06 - Óbito de Hilda Almeida. 
  • Jornal Tribuna do Ceará. Quincuncá luta por sua emancipação, edição de 28/09/1990 - Acervo pessoal;
  • Livros de tombo I e II - Paróquia N. Sra. da Conceição - Farias Brito-CE;

Fontes orais:

  • Raimunda Timóteo Leite (Dedi);
  • Antônio Fonseca Dias (Tota);
  • Maria Gracildes de Andrade Arraes; 
  • Antônia Antero da Silva (Toinha) - Filha do biografado; 
  • Antero Neto Silva - Sobrinho do biografado; 
  • Teodorica Moreira de Souza (Durica); 
  • Maria de Lourdes Pereira Silva; 

5 de junho de 2015

Memória: A pousada de Maria Carlos

Manoel Rodrigues do Nascimento  e Maria Rodrigues de Souza
          Maria Rodrigues de Souza, mas conhecida como Maria Carlos, nasceu na antiga vila Araticum, atual Quincuncá aos 12 de maio de 1901, uma mulher batalhadora, e todos a conheciam principalmente por sua jeito alegre. Contraiu matrimônio com Manoel Rodrigues do Nascimento, mas conhecido como Nê, quando tinha 16 anos, e deste casório provenieram 04 filhos: Eliziário, Adetiza, Irismar e Diva. Juntos eram proprietários de uma pousada  localizada em frente à Capela de São José.

Local da pousada (Atual residência de Diva)
         Ali acolhiam os visitantes, padres, médicos que chegassem ao pequeno povoado, comercializando comidas, quitutes, pão de ló, muncunzá, etc. Até hoje, a fabricação dos doces, continua nas mãos de sua filha Diva e Natalício. Além disso, Dona Maria Carlos também era costureira e ensinava a quem quisessem aprender tal ofício,  
         Era devota de São José e ajudava no que podia com os festejos ao padroeiro no mês de março, doando alimentos para leiloar e também ajudava nas coroações, lapinhas e tudo mais que houvesse na capela. Faleceu em 14 de abril de 1970, aos 69 anos de idade, vítima de problemas cardíacos, deixando muitos ensinamentos, e constituiu-se  também, como uma referência em hospitalidade. 



ENTREVISTAS:

Diva Rodrigues de Souza

Pedro Natalício da Silva

4 de junho de 2015

Biografia de Antônio Moreira da Silva - Por Guilherme Pereira

Antônio Moreira - Cedido por Dona Iraci Pereira. 
    Antônio Moreira da Silva, também chamado de Antônio Ananias, nasceu em Quincuncá, cidade de Farias Brito-CE, no dia 06 de abril de 1906, filho do casal de agricultores, Ananias Pereira de Souza e Antônia Gonçalves da Silva. Tinha como irmãos: Gertrudes, José, Aguida e Cândida. 
      Começou a trabalhar muito jovem, assim como todos de sua época. Depois enveredou pelo comércio, comprando e transportando produtos agrícolas de Quincuncá para o comércio Cratense em tropas de animais. Com a abertura de estradas e o surgimento dos transportes, abriu uma pequena loja de tecidos que eram de primeira necessidade na comunidade. Nesta época o Sr. Antônio Jesus de Carvalho, lembra que quando falecesse alguém, os familiares procuravam seu estabelecimento para adquirir os tecidos para a "mortalha" do defunto.
       Ainda com armazém na Rua Vicente Leite em Crato, deu continuidade ao seu trabalho. Muito conhecido por sua honestidade nos negócios, manteve esse intercâmbio por mais de 50 anos, numa época em que palavra de homem valia mais que promissórias, cheques e escrituras. Gozava de muitas amizades, do respeito e confiança de todos, até porque desconhecia-se um "não" em tempos difíceis como nas secas de 1938, 1942, e 1958, prestando relevante serviços a localidade.

Antônio Moreira e sua 1ª esposa, Madalena. 

     Nos anos 1920, casou-se com Maria Madalena, também filha natural de Quincuncá, tendo com esta sete filhos: Agostinho (in memoriam), Elisa; Maria; Irene; Isaurinha, Raimunda, e por fim o 7° filho que faleceu ainda criança. No dia 13 de maio de 1944, por complicações deste último parto, faleceu também Madalena, com idade de quarenta e cinco anos, ao qual revela as dificuldades, e a carência de serviço médico na localidade. 
    Ficando viúvo contraiu mais tarde, 2ª núpcias com Maria Iraci Pereira da Silva, daqual nasceram mais sete filhos: Francisca Pereira, Francisca Maria, Marcos Moreira, Carlos Moreira, Ana Claúdia, além de Macário Moreira e Adriana que faleceram ainda crianças. À todos os filhos buscou encaminhar e educar, dentre eles figuram hoje médicos, professores, odontólogos e contabilistas bancários. Faleceu aos 16 de Fevereiro de 1981 aos 75 anos, sendo sepultado em sua terra natal. 

FONTES: 

Luiza Moreira de Souza, 74 anos 

Antonio Jesus de Carvalho, 67 anos

Cartório do distrito de Amaro, Assaré, folha 20

Jornal Tribuna do Ceará – Quincuncá luta por sua emancipação, 28 de setembro de 1990.

3 de junho de 2015

Biografia de José Gonçalves de Alencar - Por Guilherme Pereira

José Gonçalves de Alencar  - Cedido pela família.     
      José Gonçalves de Alencar, também conhecido como Zé Gonçalves ou Zé da Viola, nasceu no Sítio Cachoeirinha, município de Assaré, Ceará, no dia 19 de março de 1931, filho do casal de agricultores, Joaquim Gonçalves de Alencar e Francelina Maria da Conceição (Dona França), juntamente com seus irmãos: Inácia, Nerci, Antônio e Chaguinha.
   Casou-se a 1ª vez com Maria Assis, ficando viúvo muito jovem, não concebendo descendência. Em seguida contraiu 2ª núpcias com sua prima Celestina, com quem constituiu uma família de três filhos: Antônio (Tôin), Letice e Alexandre, que faleceu ainda criança. Mais tarde, o casal separou-e e José Gonçalves manteve seu último relacionamento com Dona Noemi, não gerando filhos. 

Residência de  Zé da Viola - Sítio Ribeirinha - Barreiro do Jorge. 
    Sua trajeória dedicada a poesia, aliada a sua voz potente lhe renderam também o apelido "voz de sabiá". Membro da Associação dos violeiros, poetas populares e folcloristas do Cariri, sediada na cidade do Crato, ele participou de muitos eventos locais e regionais, como aniversários, casamentos, festivais de violeiros, dentre outros, emocionando muita gente com sua voz e viola, e dividindo o palco com outros artistas do meio, apresentando-se inclusive em outros Estados do Brasil, principalmente no Nordeste, porém nunca abandonou a sua terra, o Sítio Ribeirinha, redondezas do Barreiro do Jorge na Serra do Quincuncá. Viveu sempre da agricultura, e do que obtinha com suas partipações em cantorias nas quais era convidado. 
     Sua vida foi de alto e baixos como a de todos, mas sempre resolveu os problemas e fez o que gostava de fazer: cantar. Aos 73 anos, no dia 04 de outubro de 2004, ele faleceu, deixando uma história de amor à poesia e muitas saudades aos familiares e grande legião de amigos. 
      Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido, recebeu um calçadão em sua homenagem na sede do município, ao lado do Centro Cultural após a sua morte. No terreno em frente à residência de José Gonçalves, foi erigida ainda uma Capelinha, em honra de São Sebastião, como era de sua vontade.

Antônio Rosendo e José Gonçalves
Silvio Granjeiro e José Gonçalves


Premiação do Festival de violeiros - Farias Brito-CE.
 


Capelinha feita à pedido de Zé Gonçalves

   

Acompanhe alguns vídeos do poeta e violeiro Zé da Viola:







Veja ainda uma poesia feita pelo mesmo no Bar de Geraldo Marinho em 1973:

Eu nasci no sitio trapá , 
trabalho desde novo desde menino
sempre fui morador de Pedro Lino 
o qual tenho muita consideração 
trabalhei na faca ,na foiçe e no facão
construí uma casinha de sapé
era muito fregues de seu BIÉ
mais vivia sempre aperriado
foi no cabo da foiçe e do machado
que passei pela vida sem dá fé.

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FONTES:

Arquivos cedidos pela família, na pessoa de seu irmão Antônio Gonçalves de Alencar;
Poesia enviada por José Danúbio Bezerra Primo.