3 de maio de 2021

Biografia de Leonardo Pereira e Silva, o 1º vereador eleito da Serra do Quincuncá - Por Guilherme Pereira.


    Leonardo Pereira e Silva, nasceu em Quincuncá no município de Farias Brito-CE, no dia 03 de maio de 1910, filho do comerciante Celso Pereira da Silva (1870-1953), e da doméstica, Gertrudes Gonçalves da Assumpção (1874-1939). 
  Teve como irmãos legítimos: Olegário Pereira (Vigário), Antônio Soleano, José Celso, Herculano Pereira, Antônia Pereira, Maria Gonçalves (Bâna), Maurícia Pereira e Francisca Pereira. Com o falecimento de sua genitora em 1939, seu pai contraiu matrimônio com a Sra. Maria Bárbara da Conceição com quem teve mais quatro filhos: Eulália Nali, José e Antônia Pereira, além de uma menina que faleceu ainda criança, totalizando assim  onze  irmãos.  Leonardo não frequentou escola formal, foi alfabetizado por um professor que andava pelo Quincuncá, com ele aprendeu a escrever seu nome e ler um pouco. Mais tarde sua filha Auremar é quem ministrou aulas.

Registro de abril de 1985. À esquerda, Leonardo já na velhice, acompanhado à direita da esposa Dona Dengosa, do filho José "Baiá", da cunhada Valdelina e da neta Danielle - Foto cedida por Evaldo Pereira. 
 
      Por volta do final da década de 1920 e início de 1930, casou-se com Maria Dengosa Leite (nascida em 12 de set. de 1912  e  falecida em 09 de out de 2002, filha de Antonio Joaquim de Sousa e Joaquina Francisca de Sousa), com quem teve dez (10) filhos:  Antonio Dorgival Leite (1931-1952), José Pereira e Silva (Baiá), João Pereira Leite "João Batista", Maria Socorro Pereira, Antônio Humberto Leite (1949-1978), Celso Pereira Leite, vivos restam apenas quatro: Antônio Pereira "Tutonho" (1941), Antõnia Auremar "Bemar" (1946); Francisco Eurides (1952) e Evaldo Pereira (1953). 
   Assim como o pai Celso Pereira, Leonardo exerceu a profissão de comerciante provavelmente entre as décadas de 1940 a início dos 1970. A princípio começou com uma loja de tecidos e depois migrou para uma mercearia, vendendo artigos de miudezas e cereais. Com o advento da aposentadoria ele encerrou seu comércio e agora passou a lidar com terras e cabeças de gado, constituindo-se em um grande proprietário.
      Muito conhecido e admirado em seu tempo, Leonardo foi eleito vereador a primeira vez nas eleições de 1950, atuando na legislatura de 31/01/1951 - 25/03/1955. Terminado o mandato foi eleito novamente em 1954, legislando de 25/03/1955 – 25/03/1959. Durante esse período (1956-1957), exerceu cargo de presidente da Câmara de Vereadores de Farias Brito, então Quixará. Posteriormente candidata-se a vereador pelo partido PSD (Partido Social Democrático), nas eleições de 1958,  onde obtém  a quantia de 256 votos, e é novamente eleito, exercendo mandato de 25/03/1959 – 25/03/1963. Em 1962 novamente é eleito presidente da Câmara de vereadores. 
    Em todo esse período que legislou, Leonardo fazia uso de um cavalo como meio de locomoção para percorrer os 12km de sua casa até a Câmara Municipal na sede do município. Na época também não recebia salário, isso porque antes da lei complementar nº 25, de 02 de julho de 1975, inexistia renumeração para o exercício do cargo, pelo contrário, os vereadores gastavam do próprio bolso, para ajudar a quem a eles recorressem. 
       No aspecto religioso, Leonardo teve uma participação considerável na construção da atual Capela de São José, sendo o tesoureiro da obra. Sempre colaborava nas festas do padroeiro, além de hospedar em sua residência ou em outra casa de sua propriedade, pessoas que vinham de outros lugares para participar das festividades. Na época do paroquiato do Pe. Raimundo Nonato Dias (1948-1960), foi também responsável por buscar  (ou  mandar buscar), os padres em Farias Brito, já que na época as estradas eram íngremes,  e o único meio de transporte era a pé ou no lombo de animais. Seu filho Antonio Pereira Leite (Tutonho), assim lembra desse fato.
"Foi, muitas vezes, eu ia com animal pra trazer o pade de Farias Brito pra cá, na minha época era padre Nonato, nois levava os animais pra ele vim muntado, ele, o sacristão, ia eu e um rapaz daqui com três animal, chegava lá, o padre vinha montado em um, o sacristão em outro, e eu mais o rapaz que ia em outro". (Entrevista concedida em Junho.2017 ao Blog de Quincuncá).
       Faleceu aos 76 anos, no dia 25 de junho de 1986, sendo sepultado no Cemitério Padre Cícero em Quincuncá, sua terra natal. 
   

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FONTES:

Eleições 1958: Resultado. Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. Fortaleza, 2001, fls 31. Disponível em: < http://apps.tre-ce.jus.br/tre/download/Eleicoes%201958.pdf> Acesso em 08 de outubro de 2017;

MENEZES, Cícero Duarte de. Memórias de Quixará, 2002, p. 47,48, 55, 70;

Livro de Tombo I, p.56. "Plano de elaboração dos trabalhos de reconstrução da Capela de São José". Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Farias Brito-CE;

2ª via Certidão de óbito de Leonardo Pereira e Silva e Maria Dengosa Leite - Cedido por Evaldo Pereira - Filho do casal. 

Entrevistas:
Antônio Pereira Leite, (Tutonho), agricultor e comerciante aposentado e ainda pecuarista com 76 anos. - Filho do casal -;

Antônia Auremar Pereira (Bemar), professora aposentada - Filha do casal; 

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