22 de abril de 2015

Praça Padre Cícero - Quincuncá

Praça Pe. Cícero atualmente (Foto: Blog de Quincuncá-CE)
   Sabe-se através de fontes orais que a primeira imagem do "Padim Ciço" foi colocada devido uma promessa do senhor Francisco Rodrigues de Melo mas conhecido como Chico Rodrigues no ano de 1984, a estátua na época ficava exposta num pedestal, e em razão do sol e chuvas constantes, a escultura de gesso foi deteriorando-se. 
     Anos mais tarde uma senhora apelidada de "Lurdinha" também pagou promessa e conversou com seu Chico Rodrigues a possibilidade de construir uma casinha, o velhinho logo concorda e inicia-se os trabalhos de arrecadação e construção da antiga casinha, neste tempo uma nova estátua é entronizada, foi em especial a esta construção ao "cearense do século" que as pessoas tiveram cuidado com o local plantaram árvores e fizeram o piso.
Antes e depois da nova "casinha" ou altar ao Pe. Cícero. (Foto: Blog de Quincuncá-CE).
     No mês de janeiro de 2017 o Blog de Quincuncá com o apoio dos moradores e total concordância dos familiares de seu Chico Rodrigues que foi quem colocou a 1° estátua e da senhora Lurdinha, a "cabeça" da construção da antiga casinha. Acharam por melhor erguer um novo altar ao Padre Cícero Romão Batista, que foi inaugurada aos 19 de janeiro de 2017 com uma celebração presidida pelo diácono Auricélio. Atualmente é ponto de oração e devoção ao " padim" principalmente nos dias 20 de cada mês, dia em que o sacerdote faleceu.

Biografia do entronizador da 1° estátua do "Padim Ciço"

- Francisco Rodrigues de Melo (Chico Rodrigues) - In Memoriam

Francisco R. de Melo (Chico Rodrigues)
    Filho de José Rodrigues de Araújo e Josefa Andrade de Araújo. Francisco Rodrigues de Melo, apelidado de Chico Rodrigues, nasceu no Sítio Caiçara, então município de Assaré no dia 08 de março de 1904. Viveu a infância no mesmo sítio, depois mudou-se para a Vila Nova, também em Assaré onde casou-se com Maria Gonçalves da Silva (Moça) e teve seis filhos os quais: Adauto Gonçalves de Melo, Deoclécio Gonçalves de Melo, Abdoral Gonçalves de Melo; Antônia Rodrigues de Melo, José Gonçalves de Melo e Alzira Gonçalves da Silva já falecidos.
      Em outubro de 1941 muda-se novamente, agora para o Sítio Genipapo em Assaré onde criou os filhos e viveu por mais tempo. Destaca-se na sua vida uma história de muito trabalho, a sua primeira residência no Genipapo era pequena, de modo que os filhos mais velhos dormiam em redes do lado de fora da casa enquanto a mãe e os filhos mais novos dormiam dentro deste ranchinho. 
      Com a construção do engenho aproximadamente no ano de 1950, as coisas foram melhorando ao que parecem pois com a venda das rapaduras em toda a Serra do Quincuncá, em vilas e sítios de Assaré e na cidade de Farias Brito-CE, seu Chico Rodrigues levantou mais cômodos feitos de taipa ao lado de sua residência, vale lembrar que ele utilizou-se não do barro, mas do bagaço proveniente da cana-de-açúcar, e foi adquirindo gradativamente terrenos.
      Tinha ele preocupação com o aprendizado dos filhos(a) é tanto que ia de cavalo até Assaré buscar uma professora, por nome Helena que ensinava a seus seis filhos e demais jovens do sítio e aos finais de semana ele ia deixa-lá em casa.
     O primitivo engenho era de pau, era movido a força de bois e atraia muita gente das redondezas que vinham trabalhar e ao mesmo tempo degustar os derivados da cana, entre eles a rapadura, alfenim e a garapa. Com o avanço da idade, seu Chico Rodrigues, vende o engenho para seu filho Abdoral que faz algumas alterações no engenho e agora funcionaria a motor ao invés de bois Por quase cinco décadas o engenho esteve funcionando, produzindo principalmente rapadura, uma das melhores da região.
Chico Rodrigues ao lado de 2° esposa Marina
      Ficando viúvo, em Outubro de 1972 aos 68 anos, casou-se religiosamente com Maria de Barros (Dona Marina) com quem adotou uma filha: Maria Auxiliadora Rodrigues Leite. Um homem muito conhecido, que detinha muitas amizades. Em 1984 muda-se mais uma vez, agora para o distrito de Quincuncá, onde pouco tempo depois pagando uma promessa coloca a 1° estátua do Pe. Cícero que marca a fundação da praça de mesmo nome. 
     Infelizmente o sr. Francisco caiu e quebrou um osso da cintura pélvica (bacia), desde então ficou prostrado vindo a falecer em 13 de julho de 1996 aos 92 anos de idade. Um ano após sua morte o engenho, foi desativado, porque já não se tinha a mesma facilidade pra vender, percebendo os novos produtos no mercado que acabaram por substituir a rapadura.

Achei interessante registrar algumas fotografias do local, hoje ainda com algumas máquinas que estão enferrujadas, que compunham o cenário da época.

Local onde localizava-se o engenho (Foto: Blog de Quincuncá)

Máquina do engenho. (Foto: Blog de Quincuncá).

ENTREVISTAS:

Maria Auxiliadora Rodrigues Leite, 38 anos
Abdoral Gonçalves de Melo, 84
Antônia Rodrigues de Melo, 81.

FOTOS:
Cedida pela família e Blog de Quincuncá-CE

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